domingo, dezembro 12, 2010

Por entre fotos e nomes, os olhos cheios de cores...

         Outro dia, estava conversando com umas amigas até que uma falou espontaneamente, quase como se fosse uma mania uma expressão que muita gente fala o tempo todo: "Ah não, mas isso é muito cliché". Eu própria falei isso muitas vezes, contrapondo uma idéia ou opinião de alguém com a clássica frase que recusa qualquer coisa que seja comum ou que já esteve na moda. Nesse dia, pela primeira vez, parei para pensar nessa expressão... o que seria ser cliché? Falar o que é legal? Falar o que é "alternativo"? Ou fingir que é "alternativo" só pra ser legal? "Alternativo" pra mim entre aspas, porque já não é falado com o significado daquilo que é considerado uma opção alternativa, e sim o que é considerado o diferente que foi adotado por todo mundo. Todo mundo é alternativo. Tão alternativos que, pra falar a verdade, se tornaram tão comuns. Mas bem, não comecei o post com essa frase pra falar dos "alternativos". Comecei com essa frase porque o que eu vou escrever hoje é realmente cliché.  
           Eu não sou uma pessoa de ir muito ao centro da cidade. Na verdade, eu vou muito menos vezes do que gostaria de ir, porque é um lugar aonde eu me sinto muito bem... é, eu sempre volto pra casa viajando, olhando todas as placas que existem no centro da cidade. E aí é que eu acho muito engraçado e esquisito o que acontece... o centro é o tipo de lugar em que você tem todas as sensações ao mesmo tempo. Acontece, ao menos comigo, de olhar praquelas placas e pensar que todos os lugares são possíveis de se chegar, de que você existe mas ao mesmo tempo é tão pequeno no meio daquela multidão de gente que atravessa a rua apressada sem olhar pra trás, no meio daqueles prédios enormes que tomam conta de um tanto de coisas que influenciam na vida de tanta gente, e no meio de tudo que é bem maior e tão importante quanto você. Na maioria das vezes que eu penso sobre isso, sempre acabo na questão mais cliché de todas: de que temos tantos caminhos a seguir, tantos sinais a ultrapassar na vida que às vezes, assim como uma rua que você atravessa no meio de uma grande cidade sem nem perceber, você atravessa acontecimentos e milhões de mudanças que se assemelham com as ruas durante a vida. Atropelamos tantas palavras, avançamos tantos limites, passamos tão desapercebidos por muitas pessoas e seguimos tão em frente nosso caminho sem perceber o que estamos fazendo que só nos damos conta quando já chegamos ao nosso destino planejado. Se é que chegamos nesse destino planejado... O mais curioso disso tudo é que basta você virar em uma curva errada dessa realidade corrida contemporânea que se pode parar no beco mais escuro do bairro, ou no prédio mais luxuoso. É esquisito como apenas um desvio pode mudar tudo. Mas, talvez, se não nos desviássemos do destino de vez em quando, não poderíamos tomar aquele café na nova cafeteria que abriu na rua em que você não iria passar, não veríamos aquele livro que foi lançado recentemente e não sabíamos, ou quem sabe até não conheceríamos o futuro pai de nossos filhos indo trabalhar e andando pelo caminho que você não faria caso seguisse seu rotineiro trajeto. Desvios são necessários... o importante é o destino que se planejou chegar. O resto se resolve no meio do caminho...
                                                                
(Eu sei que minha seção é culinária. É que às vezes umas coisas ficam meio engasgadas.
Viajei e fui cliché né. É...a madrugada faz isso com a gente.)

3 comentários:

Mathias disse...

para luana que eu sei que quando vai ao centro não fica pensando nada em destinos. só fica pensando em como aquilo cheira a história. e ficas a pensar nos porres que tens pra levar ou das noites que passaras ali perto. hahaha

Felipe Rodrigues disse...

Opa, desculpa mas eu não te conheço Luana, mas gostei bastante do seu post,e concordo com tudo o que tu falou.

Pra mim, esse foi o post mais bem escrito até agora (desculpa Gabi). Parabéns!!

Gabriela Arosa disse...

O lipe diz isso porque foi um post que ele não teve como discordar - coisa que ele mais gosta de fazer. hahahaha
É, o centro da cidade, é o centro do que você quiser. Além da grande variedade de serviços e moambas, o centro oferece uma variedade de sentimentos, pessoas e opções, a melhor definição para escolhas e caminhos, centrovida.

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